Será Um Linotipo?!

torstaina, tammikuuta 18, 2007

Sinequanon - Francisco Silva

Este espetáculo é norteado pela desconstrução do movimento linear e investigação dos gestos do corpo. O trabalho parte das experiências do coreógrafo como bailarino/intérprete/criador e organizador de idéias e movimentos, alguns dos quais já apresentados de outra forma e em outro contexto.

Falamosdevidaedepessoas.
Davidadaspessoas.
Falamosdasexistênciasmutiladas,
Deformadas,malacabadas...
Sufocadasporexistir.
Essaânsiaincompreendidadeexistir...
Eporqueexistirdóiéquefalamosdadordaexistência.
Oudessenão-existir...
Daangústiaarrependidadavida.
Dosaberamorteàespreita.
DosdesejosCalados,
Dasvontadessilenciadas,
Dosamorescastigados.
Destinoscruzados,desencontrados.
Dessaliberdadenãoautorizada.
Dessasantidadedissimulada.
Dospecadosgrandiosos...
Humm...deliciosos...
Ah...todaessahipocrisiadisfarçada.
Essaironiaengraçada.
Gargalhadasescrachadas...
Sãoalgunsespasmosdevida.
Ínfimosmomentosplenos.
Tantosoutrossecos.
Quemhádecurarasferidas?
Quemhádedesuturarospontos?
Quemhádesoltarosgritosinterrompidos?
Queaindaecoam...vagam...dançam...
Quemhádedevolverasalmasdevoradas?
Oninstantesidos?
Oscaminhosnãopercorridos?Oprantoengolido?
As palavrasvomitadasderaiva?
Ainfânciaroubada,violada?
Opaivoltaráajogarbola?
Amãoaarrumaracasa...
Eosrisosdoces?
Docescaramelizados...
Beijosaçucarados...
Easmúsicas?
Quemhádetocaraquelasmusicas?
Quetocamtanto...nostocamtanto...
Comovelhashistóriascontadasaopédacama
Antesdedormir
Tudoparececarinhodevôevó.
Porqueagoracheirammofo?
Porqueagorasãiindiferentes?
Porqueagoranãoimportammais?
Porqueagora?
Serátardedemais?
Pausa...maisumpoucodepausa...
Vamostomemfôlego!
Reajam...sobrevivam...vivam!

Comoassimdequemestamosfalando?
Estamosfalandodenós.
Reticências

Escrito por: Francisco Silva

lauantaina, tammikuuta 06, 2007

"Riders"

Traduzido do Francês ou Inglês...

Riders

(Riders)
Cavalos voam em nossa direção
Com pressa. Sem rumo.
Não tentam esconder,
Morte.
Ao olhar-te, percebo,
Nenhuma gota ainda nos resta
Tudo para trás, para sempre atrás.
E então caminhamos, lentamente,
Sozinhos.
Não há direções, nem luzes
Nem escuridão.
O céu veste-se de violeta, pálido.
Uma canção nos aproxima, uma ameaça?
Com ela, um cantor
Que nos entende as mãos
Não há temores.
Tocamo-nos e, como um choque,
Nos isolamos.
Eu num mundo. Você noutro.

(Num Mundo)
Com desespero procuro-te,
Gritos, lágrimas, sussurros
Vãos.
A névoa, ainda violeta,
Envolve-me como um abraço n’alma.
Flechas pútridas encontram seu alvo,
Horizonte.
Incerto, persisto.
Alguma esperança?
Sigo o instinto: procuro à beleza.
Ao encontrá-la estaria de volta.
Quais são os segredos?
Haverá um caminho?
A névoa abre-se,
Surge, então, uma passagem
Negra.
Que me devora, me arrasta...
Não há escolhas.
Penso ouvir angústias
Criadas pela indiferença.
Esse momento me corrompe: que procuro?
Agora faço parte da escuridão,
Estou na escuridão,
Sou a escuridão.
Desapareço.

(Noutro)
Sinto-me crua,
Entrego-me à dor.
Penetra-me um foco, profundo,
Cruel.
Ao ver-me, uma lágrima,
Um sentimento, único.
Ergo-me nua, tola,
Tua.
Sangue.
Não há futuro,
Nunca houve.
Percebo um momento
Inquieto,
Que cruelmente me esfacela,
E carrega.
Com um segredo,
Uma dádiva incoerente,
Pretensão inexorável,
Féretro.
Distanciando-me da névoa,
Despertam-se as quimeras letárgicas,
Furtivas.

(Quimeras Letárgicas Furtivas)
Distingüi-se um canto, infeliz,
Duma sombra insolente?
Um cipreste revela a cabeleira.
Desfechos desafinados,
Feridas eternas.
Clamam por sangue,
Clamam por posse.
Melancolia.
Devaneios distraem os sentimentos,
Torturas rustificam os prazeres.
Entre duas pontes não se sustenta o oceano
Sob o qual vagam as multidões eufuístas
Encafurnadas.
Todos os cantos cantarolam e cantam os cantos calados,
Mutilados e esporrados.
Uma ninfa sicofanta declama, regougante:
Regurgitofagia.

(Riders)
Livro-me, exausto,
De mim mesmo.
A escuridão não mais me esfaima,
Estou livre,
Numa carruagem.
Ao meu lado,
A amante,
Estranhamente mogifásica,
Mas consciente, aliviada, extasiada,
Gozada.
Num amplexo,
Sorrimos.
À nossa frente,
Cavalos voadores,
Com pressa. Sem rumo.
No chão,
Dois amantes,
Ele num mundo,
Ela noutro...
Inevitavelmente.

por Saruska Phaneuf Stensgaård