Flor

Um fio do mundo agora.

E outrora, outro fio.

Embora fio e outrora,

Agora num mundo,

Um fio, do mundo.

E outrora,

Agora.

Consciência Matemática

Diante de duas personas absolutamente unidas, o mundo, quando separadas, torna-se obstáculo ou algo que o valha. Obstáculos, por definição, implicam em empecilho, atrapalhamento, e como tal, tende, sob forças, a ser superado de alguma forma.

Porém o mundo, em absoluto, não constitui obstáculo, pois apesar do infinito presente como empecilho se fazer adversidade, a infinitude do universo o contém não propriamente, implicando na existência d'uma parte neutra ou facilitadora para com a união das personas.

Saruska

"Um amigo d'um espírito solitário. Nada mais se acrescenta na

descrição desse momento. A necessidade não se faz necessária.

Qual o valor do costume, sendo sua alma indiferente? Não nos convém, não temos almas.

Gostaria de passar mais noites com você, Sara. Nem que me fosse preciso dez horas por minuto. A cabeleira vermelha corrompe.

A minha vampira,

Saruska."

Momento

Não creia em mim o perigo de sua extinção.

Quanto a ela, um fosso.

Paro de me ver em lados. Espero que o mundo me condene.

Insatisfaço.

Incomunicabilidade

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Acredito coexistir com uma incomunicabilidade geral e intensa mas não absoluta. Dentre esforços para concluir a comunicação, aparecem momentos de desconforto intensificado, juntamente com a necessidade d'um escape, e a isso dedico as linhas a seguir.

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Das teorias que não se prezam à falta d'uma constância insubordinada, ajudo.

Para amores frívolos deixo a ti o desejo. Onde a instância nos contagira revelo: momento algum nos perdôa. Vida.

Caminho lentamente e a razão me sobrepõe. Espeto vocês, tralhas furtivas. Corrói o mundo com suas brincadeiras. Como uma flor recusa se já aberta?

Todas as coisas são sugestivas e delas todo sentido (e sua falta) é forjado consciente ou inconscientemente.

A complexidade atrai pensantes, repudia fiéis e indiferem-se mutuamente os preguiçosos. Deseja ainda alguma fruta? Não há meio termo em tripés.

Ataque súbito: nossa distância me conjumina o pensar à insanidade.

A página. Seu fim encerra meu discurso parcial.

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À comunicabilidade, enfim.

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Felicidade

Feliz, sei que cedo fenecerá, escasso sentimento.
Reluto por pensar-me eterno; penso.
Vago por ti.
Instituciono minha mente,
vejo à cega o quão breve és.

Sucessivamente tento.
Sucessivamente falho.
Errar? Não erro.

Continuo na crença imposta,
a qual dita que alegres momentos serão eternos,
que feliz será a sina, se material.
Nunca foi. Não é.

Quiçá exista, mas não em meu espaço.
Talvez exista em todas as almas,
diferentemente.
Unir-vos um dia. Hoje, amanhã.

Mais tarde sei que lamento arrependido
No amanhã, tal felicidade;
verei que feliz era hoje, errôneo.
Hei de experienciar que o tempo pode ser qualquer.
Que o descontentamento, mesmo.

Busca imperfeita acaba por ofuscar-se.
Como resultado o destino.
Seja feliz, seja morto, prece não se ouve mais.

Minha parte faço: torço, luto – não rezo.
Um dia sou feliz.
Um dia vi que fui.

Acabo por padecer, satisfeito ou não com a vida,
contente ou não com feitos, com fatos.
Do mesmo jeito sugado, decomposto.
Mais um cadáver, vida tirada não sabe-se como
Nem há de se saber.

E tormentos acometem justos,
e só justos; felizes aqueles que erram,
tristes os que não merecem.

Deus injusto corusca os ricos,
jogar-se-ão os miseráveis em itinerário comum,
sem rumo. Históricos.
Eternos.

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E um abraço cheio de saudades...

Solução trivial (e absoluta)

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Ficar!

Lição do dia...

"Mais fácil viver a ir embora."

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